Trabalhar como taxista nos dias de hoje

Em um momento que se vislumbra carros sem motoristas, hoje já observamos a ameaça de extinção dos taxistas.

Se saindo com um passageiro do Tucuruvi com destino a Alphaville, lá em Barueri, há 5 anos atrás essa corrida daria em torno de 140 reais totais, já acrescidos com a taxa de 50% devido a ser o destino outro município. Agora o mesmo chamado do passageiro, do Tucuruvi para Alphaville, tem saído em média por 65 reais.

Sim! Pois não existe mais a taxa extra de saída do município, para cobrir o retorno. Além disso, quando se trabalha por aplicativo haverá desconto médio de 25% [alegado que é para competir com o Uber] .

Ainda não chegamos na parte dos custos, no caso haveria nesse trajeto um consumo estimado de 20 reais de combustível. Assim teríamos hoje o valor líquido de 45 reais, suposto lucro.

No entanto essa corrida ocorre com baixa frequência, sempre foi assim e quando um taxista conseguia uma dessas, no passado, o sentimento era de ter sido premiado.

Já hoje, como o lucro se reduziu, tem sido melhor fazer o mesmo valor rodando na própria área de trabalho do dia-a-dia do taxista.

Percebamos ainda que as exigências do governo para um táxi operar são grandes para liberar as licenças necessárias e poder trabalhar.

Os carros há 5 anos atrás eram modelos bem distante dos carros populares. E hoje já são observados como táxi com grande frequência: Uno, Up e Palio.

Além da crise do setor, soma-se a crise que o país está passando. Então temos carros operando com 6 anos de praça, porém carros que vinham de um momento de mais luxo do setor. Como estão ainda na ativa, contrariando a troca que antes era feita entre 2 e 3 anos, agora demandam bastante manutenção para continuar rodando.

Devido à concorrência temos atualmente ainda novas exigências criadas pelo município: trajes que o motorista obrigatoriamente deve usar; deve portar a máquina de cartão de débito ou crédito; e o veículo ter ar-condicionado. Ambos obrigatórios também.

Enfim, um trabalho que para alguns já era no passado trabalho de subsistência, agora mais que nunca tem se voltado para o insustentável.

Os custos para operar um táxi no passado eram grandes, mas os lucros compensavam facilmente.

Para os aplicativos, digamos que a operação básica é praticamente toda automática, então supostamente os lucros desses investidores é mais livre, envolvem menos variáveis nesse contexto. Os custos dessas empresas são mais inerentes à uma empresa propriamente dito, podemos crer que insignificante no que tange o objetivo da união entre o passageiro com o taxista.

Para o passageiro também foi ótimo, melhorou muito a acessibilidade ao táxi. Chama-se um táxi que está quase sempre muito próximo ao passageiro, entre 1 até 2 quilômetros normalmente. Em 5 minutos é a média do atendimento ao ponto de origem do chamado.

Ou seja, temos os aplicativos funcionando e explorando o taxista melhor que as antigas rádio-taxi faziam [ainda existem]. E passageiros contentes, muitos são novos usuários dessa modalidade de transporte. O que piorou mesmo foi para o taxista, como vemos.