Para alguns deve ser novidade, muitos outros podem nunca terem ouvido falar e uns poucos já escutaram sobre internet das coisas – IOT [Internet of things]. Também associado e chamado de sistema embarcado [embedded system], se trata de dispositivo notoriamente autônomo que basicamente tem significado na abstração do computador voltado para um mercado específico, caso a caso.
Um sistema embarcado é computador com dimensões normalmente super reduzidas, colocado dentro de um equipamento que muitas vezes já tem sido empregado para desempenhar alguma tarefa até então dita manual, que desse momento em diante passará a ter poderes computacionais ou de automação. Visando melhorar a eficiência e comodidade das pessoas. Empregado muito na indústria, está cada vez mais presente também nas residências.
Os mais famosos
Como um bom exemplo de sistema embarcado, inicialmente tivemos o Smartphone, ou telefone inteligente. Hoje os smartphones são verdadeiros computadores e praticamente já substituíram o uso de Notebooks e Desktops na maioria dos lares, pois já podemos fazer praticamente as mesmas coisas.
Vale lembrar que antes mesmo de serem “smartphones” os celulares já eram dispositivos embarcados, pois eram a migração do aparelho telefone fixo dotado de capacidade de processamento. Somente com a evolução para esse nível de usabilidade, com telas grandes e sensíveis ao toque, é que passou também a fazer parte da internet das coisas.
Outro exemplo é a Smart TV. As smart tevês, que tiveram origem das tevês digitais, já eram dispositivos embarcados com suas antecessoras, mas passaram a serem chamadas de Smart quando possibilitaram acesso à internet. Então essas tevês passaram a ser parte também da internet das coisas.
A experiência de acesso a internet direto na televisão causou inicialmente um choque cultural e também não trouxe de imediato uma boa experiência ao uso. Como as tevês digitais, até então, tinham microprocessadores mais específicos para sintonizar canais e exibir sinal dos dispositivos plugados principalmente via cabo HDMI, a capacidade de processamento deixou muito a desejar na experiência com a internet.
Hoje está em pleno desenvolvimento para se assumir no mercado e praticamente já está se consolidando, pois temos visto tevês com grande capacidade de processamento cada vez mais perto de verdadeiros computadores. E graças a parcerias com aplicativos como Netflix, Youtube e Globo Play já estão aceitas para substituírem em curto espaço de tempo todas as tevês domiciliares, pelo menos aquelas residências que contam com internet fixa e de boa qualidade.
Dispositivo smart, inteligente
As pessoas cada vez mais são dependentes da internet. A internet se tornou tão essencial como água e luz. Infelizmente não é uma realidade na grande maioria dos lares, pois o país tem uma péssima infraestrutura em todos os sentidos. Mas isso já é um outro assunto.
Para um dispositivo fazer parte da internet das coisas quase que óbvio que ele precisa estar conectado à internet. Porém, os sistemas embarcados não necessariamente devem fazer parte da internet das coisas. Pois temos uma infinidade de dispositivos embarcados que simplesmente não necessitam de internet. São dispositivos que controlam geladeiras, forno microondas, máquinas industriais e etc.
Antes dos equipamentos se tornarem sistemas embarcados já cumpriam os objetivos para o qual foram criados, mas com a evolução tecnológica foi “embarcado” dentro deles um componente eletrônico chamado microcontrolador, capaz de permitir que aqueles equipamentos dali para diante pudessem receber melhorias na lógica do funcionamento sem ao menos trocar de peça, melhorando assim a eficiência do mesmo. Ou seja, mesmo depois que o equipamento foi concebido, fabricado e vendido novas funcionalidades podem ser adicionadas, repito, sem trocar nenhuma peça.
Por essa razão é que um equipamento é chamado de Smart, ou seja, inteligente. Um equipamento embarcado e inteligente tem a capacidade de “aprender”, para se aprimorar ou ganhar uma nova função. Por isso que hoje temos diversos equipamentos que recebem atualização de Firmware, o chamado upgrade. O firmware é basicamente o sistema operacional do dispositivo, que controla a lógica do funcionamento daquele equipamento.
O microcontrolador
Os microcontroladores são circuitos lógicos eletrônicos que foram muito reduzidos fisicamente e foram incorporados a um invólucro, conhecido também como encapsulamento, facilitando a conexão e uso nos mais diversos projetos.
Dentro desse circuito encapsulado nos temos praticamente os mesmo itens que formam os computadores, porém tudo muito reduzido, como: memória RAM, memória ROM, processador e etc. Justamente na memória ROM do controlador é que fica gravado a firmware.
O microcontrolador faz conexão com “o mundo” através de terminais, popularmente chamado de perninhas. Estas representam e apresentam os “estimulantes” da lógica computacional, são as entradas e saídas de informações. É por meio das informações recebidas [entrada] é que o microcontrolador vai processar e realizar [saída] alguma atividade esperada.
Para aqueles que são estudantes, curiosos por tecnologia e etc., existem placas concebidas com microcontroladores que propiciam criar os sistemas embarcados para uma infinidade de necessidades. As placas mais conhecidas são o Arduino e o Raspberry Pi.
A internet das coisas
A IOT precisa necessariamente de fazer parte de um dispositivo embarcado, o contrário até o momento não faz sentido algum e podemos dizer que não existe. Ou seja, um dispositivo embarcado pode vir a ser um dispositivo pertencente ao mundo da internet das coisas, nunca o contrário. Vai, portanto, mais da finalidade ou uso daquele dispositivo embarcado se ele será ou não da internet das coisas.
Dizem que um dia, no futuro, a geladeira da casa das pessoas é que vai fazer as compras, sem precisar de ninguém da casa se preocupar com isso no dia a dia. Para isso, essa geladeira necessariamente terá um sistema embarcado dentro dela que dispondo de acesso de internet conseguirá se comunicar com o mundo.
É bom refletirmos que a internet das coisas hoje está associada com a rede da internet mundial, mas na realidade a internet das coisas deve ser encarada também com a capacidade de um sistema embarcado se comunicar com outras coisas e não necessariamente com a internet. É confuso, mas tudo isso é muito novo, a própria internet está se re-significando. É uma história que está sendo escrita nesse momento.
Agora e daqui para frente
Os sistemas embarcados estão presentes hoje nos mais variados produtos:
- Já temos casas inteligentes, temos os carros inteligentes, ambos dispondo com algum nível de interação com os humanos, ou não.
- Temos dispositivos embarcados nos aviões e helicópteros já há muitos anos, ajudando na complexidade que é voar. Fornecendo informações e fazendo algumas atividades muitas vezes totalmente autônomas, para deixar o voo com mais conforto e segurança para todos.
- Temos dispositivos embarcados nos mais variados equipamentos médicos, possibilitando melhor qualidade de atendimento, com maior precisão e criação de novas funcionalidade até então inatingidas.
- Sem falar da infinidade dos embarcados principalmente na indústria, além de muitas outras áreas, claro.
Enfim, é só o começo da história desses dispositivos. Muito ainda irá ser feito nesse sentido e a história desse dispositivos, embora não seja recente, ainda está longe de ter um significado conclusivo. Guardada a devida proporção, é uma revolução tão grande quanto o que tivemos com a crianção dos carros. Creio que se pudéssemos comparar com a história dos carros ainda estaríamos nos primórdios nos dias de hoje, para com os embarcados e principalmente da internet das coisas.