Whatsapp, febre Zapzap veio para ficar

What’s Up! What’s Happening. Foram minhas primeiras tentativas de entender o nome do aplicativo. Para minha surpresa era mais simples do que imaginei: Whatsapp. Ocorreu assim devido a não ter lido em lugar algum e sim ter escutado falar sobre essa tal aplicativo. Porém, não passei longe do real significado, dizem ser: “Qual é?”; ou “Que tá pegando?”. No Brasil ganhou uma forma ainda mais amistosa de se chamar: Zapzap.

Whatsapp seria um aplicativo de comunicação instantânea como qualquer outro de seus concorrentes, não fossem alguns detalhes cruciais. Teria sido baseado em ideias antigas, das primeiras décadas da internet [década de 90 do século XX], como o também febril MSN Messenger e o primórdio ICQ. Só que aparentemente ele não veio para competir e sim para quebrar paradigmas, galgando o próprio espaço ou caminho no mundo da internet.

Relutei um bom tempo para experimentar esse aplicativo, assim como havia feito com o Facebook. Para quem está na internet desde praticamente o nascimento [não da fase embrianária], as modinhas já incomodam bastante, daí tal relutância. Já foram tantas promessas que não vingaram e também o contrário, outras com certa timidez que se viralizou na internet e é facilmente lembrada como marca até hoje.

Ao meu ver o Whatsapp já cravou um espaço nas telecomunicações que só cabe a ele manter, baseando-se sempre na simplicidade. Com um mecanismo simples, essa é a marca que identifiquei que o distanciou de uma vez por todas de seus concorrentes diretos na internet: ChatOn, Viber, Telegram, Hangouts, WeChat, Line e Skype.

Não tenho pretensão de escrever aqui nada extremamente fundamentado, sim escrever minhas observações. Refleti basicamente sobre cinco temas a discorrer: a importância hoje e amanhã desse software; o segredo da integração com a agenda;  o controle da privacidade sobre as trocas de mensagens; a presença do aplicativo em inúmeras plataformas de sistemas ou dispositivos; e uma possível concorrência com o Facebook.

Primeiros contatos

Eu quando instalei, a primeira pergunta que me fiz foi “é só isso?”, depois foi “por onde começo?”. Não me deparei com uma tela cheia de contatos, sim com uma tela vazia, onde os diálogos em andamentento ficam.

Só não sabia que depois da instalação do aplicativo eu não precisava praticamente fazer mais nada, um novo mundo nas comunicações já estava aberto. Quando entrei na minha agenda de contatos foi que tive a surpresa, muitos contatos estavam assinalados com o ícone do Zapzap. Ou seja, quem usa ou já usou.

A integração com a agenda do meu dispositivo Android ficou para mim durante um bom tempo como algo muito invasivo. Tanto foi que no mesmo dia desinstalei o aplicativo, ainda levando dias para digerir se o estrago já estava feito. E estava, tanto é que tempos depois um amigo me questionou dizendo que tinha me mandado mensagem no Whatsapp e que eu  não tinha respondido. Então, além de invasivo foi irreversível, eu já estava Whatsappado, hehehe. Sem falar que a partir daquele momento o meu primeiro ano de gratuidade já estava valendo, eu usando ou não.

Instalei novamente o aplicativo, até porque era de relevância profissional, passei a usar o aplicativo diariamente. Taí mais um problema, se a pessoa relutava em pagar plano de dados em uma operadora de celular teria agora além do Facebook mais um grande motivo para ter um pacote de dados. Mais um fenômeno irreversível na vida das pessoas nos dias de hoje: ter conexão de dados móveis permanente.

Mergulhando

A lista com os diálogos em andamento, quando se instala o aplicativo, fica obviamente vazia. É provável que para a maioria das pessoas essa lista só vá crescendo e pronto. Taí um problema não só de gerenciamento como de privacidade. O ideal, imagino eu, é que a pessoa mantenha ali somente as conversas que estão sendo tratadas naquele dia, semana e etc., não de um ano e muito menos de uma vida toda. Só que uma coisa é teoria e outra a prática.

Na tela de listagem de conversas é possível apagar um diálogo específico por vez. Ou acessando o menu de configurações, escolhendo opções de conversa, da  para apagar todas as conversas da lista. Seja individualmente ou para todas as conversas é possível ainda enviar por e-mail ou salvá-las.

Se por algum motivo você apagou um diálogo sem querer é possível resgatá-lo, para tanto há diversas regras. Nenhuma forma de resgate é exatamente simples de se fazer, mas também não é difícil, depende da situação. O aplicativo faz backup uma vez por dia em um determinado horário. É armazenado no máximo 7 arquivos de backup diário.

E mais fundo

Privacidade não é também exatamente o forte do aplicativo, tanto é que alguém muito interessado em bisbilhotar a vida do outro vai conseguir, com boa dose de esforço, descobrir se “certas” mensagens foram apagadas.

Outra coisa que o pessoal reclamou bastante são aqueles ícones que denunciam a condição de envio da mensagem: enviado; recebido; e lido. Tem lá suas utilidades, não da para agradar todo mundo mesmo.

O aplicativo ainda permite você compartilhar contatos, com isso rapidamente a sua lista de contatos armazenada cresce. Nesse caso acaba complicando um pouco a questão do gerenciamento da agenda de contatos.

Por outro lado, a rede de contatos que se forma cria algo muito semelhante ao que ocorre com o Facebook e que ocorreu pioneramente com o extinto Orkut, pessoas com quem se perdeu o cotanto passam como num passe de mágica a estarem disponíveis novamente.

Concorrente de outra esfera

Poderia ser o início do fim do Facebook por conta do Whatsapp, assim como acabou ocorrendo com o Orkut? Talvez, mas eu acredito que não se o Whatsapp se manter fiel ao ambiente de alta simplicidade que criou.

O problema é que naturalmente o aplicativo vai amadurecendo e ganhando novas funcionalidades, com isso ficando mais complexo. A exemplo que recentemente já se pode realizar chamadas telefônicas via IP pelo próprio aplicativo, antes ele apenas tinha a opção que direcionava a chamada para o discador nativo do aparelho.

Detalhe dessa concorrência com a grande rede social é que o Facebook comprou o Whatsapp, então tudo ficou em casa. O Mark Zuckerberg não quer dar chance pro azar.

A grande sacada

Qual a razão do Whatsapp ter se tornado esse fenômeno? Já dei a dica logo acima: a simplicidade. Acredito que essa simplicidade proporcionou que pessoas pouco informatizadas [com pouco conhecimento sobre computadores] absorvessem o aplicativo de modo natural, espontâneo ou de forma empírica. Provavelmente com mais facilidade com que essa pessoa encarou o Facebook.

Outro ponto fundamental é a enorme quantidades de plataformas em que se fez presente e com qualidade. Então você tem ele no: Android, iPhone, BlackBerry e etc. Recentemente foi introduzido a modalidade Web, onde ao se utilizar um navegador de internet compatível a pessoa pode ter acesso ao Whatsapp em outros inúmeros dispositivos.

Isso não quer dizer que você pode usar o Zapzap em dois Smartphones. Embora seja possível, não foi concebido para tal. Mesmo você usando a versão Web do aplicativo ele irá funcionar apenas como “espelho” da instalação em um único dispositivo habilitado, vinculado ao número de telefone de sua conta. Com isso, o gerenciamento das conversas também não é remoto, ficando armazenadas apenas no Smartphone em questão.

Esse acesso atrelado a um número de telefone é mais um segredo importantíssimo do sucesso. Aqui fundamental para eles também conseguirem reverter em lucro, pois para burlar e continuar usando o aplicativo de modo gratuito se pode concluir que só se a pessoa trocar o chip com o número de telefone. Difícil, pois esse número passa a ser a identidade da pessoa nesse meio de comunicação. Isso pode gerar certos desgostos.

Posicionamento Histórico

Muitos disseram que o tempo das Cartas chegou ao fim, certamente ainda longe disso. Disseram que SMS já foi substituído pelos aplicativos de mensagem instantânea para dispositivos móveis, pra alguns já deve ser verdade. Disseram também que o e-mail também já estava ultrapassado, aqui vale praticamente o mesmo discurso sobre as cartas.

Na realidade eu vejo que cada um tem o seu espaço, que o uso se faz melhor em uma ou outra circunstância, isso está longe de mudar. Hoje esse aplicativo já inclui até o serviço de voz, concorrendo com o telefone também. O certo é que o Whatsapp veio a se misturar com esses serviços de comunicação no contexto histórico. Ao seu modo, faz com mais eficiência o serviço para o que foi idealizado, é uma marca já de identidade única.

E pensar que os celulares foram idealizados para serem linhas telefônicas móveis. O que menos se faz hoje ao se usar um Smartphone [celular moderno] é para falar por voz.

Que o Whatsapp se mantenha assim! E desse modo terá vida longa como os demais serviços esseciais de nossas vidas.