Há uma importante diferenciação de termos, normalmente de uso do jargão médico, quanto ao emprego de palavras imediato e mediato, qual sugere o conhecimento de um terceiro elemento, o tardio, que parecer ser autoexplicativo.
No sentido popular a palavra imediato é amplamente utilizada, mas quando se estuda alguma profissão em áreas correlatas a medicina, como a enfermagem, faz necessário conhecer também a palavra mediata, que em um primeiro momento aparenta estar escrita errada quando ainda não estamos familiarizado com as particularidades profissionais que lidaremos.
Esses termos são comuns ao ato médico cirúrgico, mas carece de um Disclaimer de que se apresentam aqui no contexto cirúrgico dos ostomizados, que são pessoas que passam “por uma intervenção cirúrgica para fazer no corpo uma abertura ou caminho alternativo de comunicação com o meio exterior”(2) visando atender a fisiologia respiratória, digestiva de alimentação, digestiva de eliminação, podendo incluir até mesmo a urinária:
Diante do exposto, segue a citação que diferencia os termos imediato, mediato e tardio:
No pós-operatório imediato, a pessoa com estomia ainda pode estar debilitada, pois trata-se de uma cirurgia complexa. Nesta fase, a atenção dos profissionais da saúde deve estar voltada para o monitoramento do paciente, além de investigar a presença de dor, sua localização e intensidade. No que diz respeito à estomia, é importante avaliar seu aspecto, a presença de sangramento, edema, isquemia e possível descolamento mucocutâneo, e a presença do efluente (volume, consistência, odor e cor).
O período pós-operatório mediato é de suma importância para o processo de reabilitação, pois é nele que acontece o preparo do paciente para a alta hospitalar. A atenção multidisciplinar é fundamental, uma vez que agora o paciente vivencia as repercussões que a alteração corporal provoca e ele irá buscar estratégias para melhor vivenciar este momento. Problemas biopsicossociais devem ser identificados precocemente para que sejam implementadas intervenções que favoreçam a qualidade de vida da pessoa com estomia.
Já o cuidado no período pós-operatório tardio é a fase que sucede a alta hospitalar e é quando se dá seguimento ao cuidado nos diferentes espaços da Rede de Assistência à Saúde, como Unidades Básicas de Saúde,ambulatórios ou serviços especializados em reabilitação. Neste momento, o acompanhamento multiprofissional deve ser continuado, pois contribui para minimizar medos, dúvidas e dificuldades das pessoas com estomia, favorecendo o processo de reabilitação. Portanto, a equipe deve estar atenta para identificar precocemente sinais de não aceitação à estomia e encaminhar para avaliação e apoio psicológico. (1)
1 – MORAES, Juliano Teixeira. Assistência à pessoa com estomia. In: UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO. Atenção à Pessoa com Deficiência III: gestão de serviços de reabilitação, atenção à saúde da pessoa com estomia, com lesão medular, com síndrome de pós-poliomielite e comorbidade, estimulação precoce para crianças de zero a três anos com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, ferramentas de gestão do cuidado à pessoa com deficiência nos serviços de reabilitação, ferramentas para boas práticas de gestão de órteses, próteses e materiais especiais não cirúrgicos e funcionalidade no processo de avaliação e cuidado em saúde da pessoa com deficiência. Atenção à saúde da pessoa com estomia. São Luís: UNA-SUS; UFMA, 2022. Disponível em: https://saiteava.org/mod/resource/view.php?id=1499
2 – ONCOGUIA, equipe. Ostomizados. Disponível em: http://www.oncoguia.org.br/conteudo/ostomizados/1853/15/